Bonequeiras e Bonequeiros

Catarina Araújo de Medeiros, conhecida no meio artístico como Catarina Calungueira, nasceu em 22/05/1993 na cidade de Caicó, mas reside em Ipueira/RN. É formada em Pedagoga e fez especialização em arte-educação e atendimento educacional especializado. Começou a produzir suas calungas em 2014. Os matérias mais utilizados para produção e seus bonecos são tecidos, garrafas de plástico, papel e cabaça. Participou de vários eventos, entre eles: Encontro de Bonecos e Bonequeiros do Teatro de João Redondo do RN, Encontro Nacional de Culturas Populares, I Festival de Mulheres Bonequeiras do RN e o I Colóquio Internacional Mulheres da Cultura Popular: protagonismo, arte e performance. Em 2019 lançou a primeira edição da revista Brincantes de João Redondo do Seridó Potiguar e nesse mesmo ano começou o movimento que deu origem a fundação da Rede Brasileira de Bonequeiras e da Rede de Bonequeiras do Rio Grande do Norte.


Emanuel Anderson de Souto Veríssimo, conhecido como Emanuel Bonequeiro, nasceu em 11/03/1899 na cidade de Caicó, onde reside a tua até hoje. Começou a produzir bonecos em 2006 e considera sua arte uma brincadeira contemporânea com suas raízes fincadas na tradição. Utiliza para a confecção de seus bonecos/as: papel e madeira. Participou de importantes eventos, entre eles: 1º Festival Internacional Pedro Boca Rica (Fortaleza/CE), Feira de Livro do Sesc Seridó (Caicó/RN ) e Escamotear Popular de Rua (Barbalha/ CE). Também confecciona instrumentos musicais com material reciclável. Faz parte da Associação Cultural Trapiá e da Trapiá Cia Teatral desde 2014, já tendo participado de diversos espetáculos teatrais e viajado por todas as regiões do país com estes trabalhos. Comercializa e divulga seus bonecos e instrumentos pelo Instagram: @ ateliê_casadobenedito e @bonequeiroemanuel


Julhin de Tia Lica
Jardim do Seridó

Julhin de Tia Lica

Júlio Cezar Silva de Oliveira Negreiros, conhecido por Julhin de Tia Lica, nascido em 04 de agosto de 1998, em Jardim do Seridó. O nome artístico vem de Dona Lica que é sua mãe, avó, professora, faz parte de toda sua formação. Foi criado por ela no Sítio Currais Novos, município de Jardim do Seridó e com ela aprendeu tudo. Neste local, seleiro de artistas, aprendeu a ler com mãe que utilizava o cordel como forma de ensino. Quando estava na terceira série a professora Marinalva fez uma brincadeira com mamulengos, sendo esta sua primeira vez tendo contato com esta manifestação da cultura popular. Brincava em casa com bonecos, mas como era uma brincadeira, com o tempo foi substituindo por outras brincadeiras de criança e deixou o mamulengo por muito tempo. Ao ver Emanuel Bonequeiro brincando em Caicó reacendeu toda a vontade de retornar a brincar e partir deste contato e do estímulo de Emanuel, voltou a botar bonecos em 2017 na Festa de São João na Ilha de Santana em Caicó. Nos seus bonecos já utilizou vários materiais, mas tem preferido faze-los atualmente com garrafa pet. Seus bonecos principais formam um casal, Franciscândia (mulher que cuida de todos e muitas vezes não é reconhecida, mas que batalha sempre e acaba recebendo este reconhecimento ao final das pelejas) e Benedito. ​

Para saber mais:
@julhindetialica / (84) 996609816 (Celular e whatsapp)


Maria de Lourdes Pereira de Medeiros, conhecida no meio artístico como Lourdinha Medeiros, nasceu em 16/04/1969 na cidade de Caicó, local que reside e produz até o momento. É Graduada em História (Licenciatura e Bacharelado), Especialista em Linguagens e Educação e Especialista em História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Começou a produzir e brincar com suas calungas em 2010. Utiliza principalmente os seguintes materiais: cabaça, madeira, retalhos de tecido, lã, sementes, botões, tinta para tecido, verniz, chapéu de palha e de couro em miniaturas. Participou dos seguintes eventos: Encontro de teatro de Bonecos e bonequeiros em Currais Novos/ RN, Festival de bonecos e bonequeiros em Barra de Cunhaú/ RN, Festival de bonecos e bonequeiros, promovido pelo IFRN, em Caicó e Ipueira/ RN, Encontro virtual de Bonequeiras do RN pelo Youtube, Brincadeira de Calunga na Aldeia SESC de Cultura em Caicó/ RN. Atua no Grupo de Cultura Popular Verso e Prosa.

Para mais informações:
@grupoversoeprosa


Mané de Dadica
Cerro Corá

Mané de Dadica

Manoel Domingos da Silva, mais conhecido como Mané de Dadica, nasceu em Araruna/PB em 25/07/1950, mas chegou a Cerro Corá/RN ainda criança. Começou a se interessar pela brincadeira aos 11 anos, quando viu alguns amigos brincando com bonecos de João Redondo. Tinha visto antes a apresentação de um mestre chamado Paulo Roriz, que o mestre chama “Roliço”. Achou uma coisa muito bonita e quando ficou rapaz, por volta do ano de 1983, já casado, resolveu fazer seus bonecos em madeira. O primeiro boneco que ele fez foi o Baltazar, de chapéu de couro e a boneca Ambrósia, esposa dele, que são os personagens que gosta mais de apresentar. Sua apresentação dura uma hora, dependendo muito do estímulo que a plateia dá. A história que conta nas apresentações varia de acordo com a plateia. Se tiver mais crianças sua performance vai ser diferente, do que para jovens e adultos. Faz a abertura tradicional, mandando a música parar com a entrada do Capitão João Redondo e o discurso atrevido do neguinho Baltazar, perguntando quem mandou parar a música e assim vai formando a confusão no Baile. Outro momento é o casamento do nego Baltazar, com Ambrósia, filha do Capitão, que foi contra o casamento desde o princípio, mas nada adiantou, eles terminaram casando, contra tudo e contra todos. Outras histórias vão acontecendo entre uma e outra parada de música. Brigas, mortes, a Alma vindo apanhar o Bêbado, que reluta em acompanhá-la; o Diabo Sem Vergonha que gosta de beijar mulheres pequeninas; Cazuza que usa aparelho ortodôntico prateado e quer beijar todas as mulheres do baile, gerando muitas confusões com os namorados.

Referência: Dossiê interpretativo do processo de Registro do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro Coco) como Patrimônio Cultural do Brasil – IPHAN – 2014


Mané do Fole
Cerro Corá

Mané do Fole

Manoel Antônio Pereira, mais conhecido como Mané do Fole, nasceu em 01/11/1946 em São Tomé, mas reside em Cerro Corá há 35 anos. Começou a fazer a brincadeira quando tinha 12 anos e viu a apresentação de Paulo Roriz: como era muito astucioso comecei a treinar, começaram a achar bom, aí comecei a apresentar. Aos 24 anos, comprou uns bonecos “originais” e depois os deixou de lado: Queria fazer bonecos do meu jeito, até que consegui. Apesar de fazer reverência ao seu mestre, que lhe ensinou tudo que sabe (Paulo Roriz). Sempre brinca sozinho, diz se atrapalhar quando leva acompanhante. Além da brincadeira é músico. Toca fole de oito baixos. Mané do Fole faz todas as etapas de confecção dos bonecos, apesar de se dizer preguiçoso, tem uns bonecos muito criativos. A maioria dos olhos dos bonecos são na cor vermelha, pois acha que dá um brilho, como se fosse uma luz, quando se apresenta a noite. Faz a abertura de sua brincadeira, como a maioria dos brincantes do RN: “mando parar a música que está tocando e se apresenta como Capitão João Redondo, barriga de 19 vintém, se manda ver não vem, se vem coloca na conta velha e aí poloc poc. Bate com a cabeça na parede e diz que a cabeça dele é de ferro, que agüenta toda pancada e começa a briga com o neguinho Baltazar, alternadas por um bom forro pé-de-serra”. Diz, ainda, que não gosta muito de contar histórias de trancoso, “porque tenho medo de ficar trancado”.

Referência: Dossiê interpretativo do processo de Registro do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro Coco) como Patrimônio Cultural do Brasil – IPHAN – 2014


Marcelino Martins de Lima, mais conhecido por Marcelino de Zé Limão, nascido em 17/07/1942, agricultor aposentado e bonequeiro, tem três filhos e um neto, mas apenas o filho mais novo, José Maria o acompanha nas apresentações. No decorrer da entrevista confessa que gostaria de transmitir o que sabe para outras pessoas, mas não sabe como fazer: “Comecei a brincar com 14 anos quando vi um brincante se apresentando aqui, chamado Pedro, já falecido, com uns bonecos de sabugo e um paninho enrolado neles, atrás da empanada. Os amigos me diziam: tem um homem na praça botando uns bonecos, vamos ver? A gente pagava a entrada e via aquelas lorotas todas”. Seu maior desejo é ministrar uma oficina de bonecos, pois como não tem ninguém da família interessado, vai despertar a vontade em gente de fora. Gosta de roupas coloridas para os bonecos e os cabelos pintados: “uma vez fiz um boneco com cabelo humano, ficou muito bom”. O ano que brincou mais foi no ano que teve um inverno fraco, ou seja, com pouca chuva: “as pessoas ficaram sem emprego, então me chamavam para representar, isso foi em 1977, também depois pararam de me convidar para brincar”. Marcelino diz que cada boneco tem sua palestra. O repertório principal do brincante é o casamento de Baltazar com Minervina de Morais, filha do Capitão João Redondo, quando os noivos vão fazer a confissão dos pecados ao Padre e diante do que a noiva confirma, o Padre fica cheio de intimidade com a Noiva, aí Baltazar começa com sua valentia com o Padre, até que finalmente, o casamento é juramentado. Ele faz a abertura, da brincadeira como a maioria dos brincantes da tradição do João Redondo, com o Capitão pedindo para acabar com a música, depois entra o discurso atrevido do neguinho Baltazar, perguntando quem mandou parar a música e assim vai formando a confusão, alternadas por música de forró. Pergunta alguns nomes de pessoas que estão na platéia, para quando as meninas (bonecas de pano) estiverem dançando ele perguntar se a pessoa estava roendo, com inveja dela dançando.

Referência: Dossiê interpretativo do processo de Registro do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro Coco) como Patrimônio Cultural do Brasil – IPHAN – 2014


Ricardo Augusto Pereira, conhecido no meio artístico como Ricardo Guti, nasce em 25/06/1969 na cidade de Brasília/DF, mas reside em Ipueira/RN. Graduou-se em Artes Cênicas (Licenciatura Plena) e é mestre em Comunicação. Começou a produzir e brincar de calunga em 1997, tendo como mestre Chico Simões. Os materiais que mais utiliza para construir seus bonecos são: madeira, tecido, papel e garrafa pet. Participiu de importantes eventos, entre eles: Entepola – Encuentro de Teatro Popular Latino Americano – Chile 1988; Festival Internacional de Títeres Kruvikas – Posadas/ Argentina – 2006; Festa dos Mamulengos do Brasil – 2010 – Brasília/DF; 12º Festival Internacional de Bonecos – Brasília/DF -2013; Encontro de bonecos e bonequeiros do teatro de João Redondo no RN – 2015 a 2019. ​

Mais informações:
http://folguedofolgado.blogspot.com/
YouTube: @ricardoguti7205


Ronaldo Gomes
Currais Novos

Ronaldo Gomes

Ronaldo Gomes da Silva é natural de Currais Novos, nasceu no dia 25/07/1975. Ele participa de um grupo de mamulengueiros, iniciou no mundo dos mamulengos em 1984 com Chico Daniel, mamulegueiro de da cidade de Assu. Em 2007, com a ajuda de João Antônio ele conheceu Francinaldo da Silva e criaram um grupo de mamulengo. Nas suas apresentações eles utilizam histórias escritas ou improvisam. Pois os primeiros mamulegueiros também improvisavam nas suas apresentações, uma vez que a grande maioria era analfabeta. O grupo tem um projeto chamado “João Redondo no Oco do Mundo”, essa expressão significa lugar distante, pois eles se apresentam em bares, zonas rurais. Projeto esse que já ganhou reconhecimento pelo Ministério da Cultura. A confecção dos bonecos, por vezes, é custeada pelo grupo. As vezes as suas apresentações são feitas por contratos. Mas a sua sobrevivência financeira não vem apenas dos bonecos, ele trabalha como funcionário público.


Marcos Túlio Fernandes, conhecida no meio artístico como Túlio Fernandes, nasceu 25/01/1972 na cidade de Brejo do Cruz/ PB, mas reside e produz em Caicó. É graduado em Geografia (Licenciatura). Começou a produzir suas calungas em 2010. Utiliza principalmente os seguintes materiais: cabaça, madeira, retalhos de tecido, lã, sementes, botões, tinta para tecido, verniz, chapéu de palha e de couro em miniaturas. Participou dos seguintes eventos: Encontro de teatro de Bonecos e bonequeiros em Currais Novos/ RN, Festival de bonecos e bonequeiros em Barra de Cunhaú/ RN, Festival de bonecos e bonequeiros, promovido pelo IFRN, em Caicó e Ipueira/ RN, Brincadeira de Calunga na Aldeia SESC de Cultura em Caicó/ RN. Atua no Grupo de Cultura Popular Verso e Prosa. ​

Para mais informações:
@grupoversoeprosa