Manoel Antônio Pereira, mais conhecido como Mané do Fole, nasceu em 01/11/1946 em São Tomé, mas reside em Cerro Corá há 35 anos. Começou a fazer a brincadeira quando tinha 12 anos e viu a apresentação de Paulo Roriz: como era muito astucioso comecei a treinar, começaram a achar bom, aí comecei a apresentar. Aos 24 anos, comprou uns bonecos “originais” e depois os deixou de lado: Queria fazer bonecos do meu jeito, até que consegui. Apesar de fazer reverência ao seu mestre, que lhe ensinou tudo que sabe (Paulo Roriz). Sempre brinca sozinho, diz se atrapalhar quando leva acompanhante. Além da brincadeira é músico. Toca fole de oito baixos. Mané do Fole faz todas as etapas de confecção dos bonecos, apesar de se dizer preguiçoso, tem uns bonecos muito criativos. A maioria dos olhos dos bonecos são na cor vermelha, pois acha que dá um brilho, como se fosse uma luz, quando se apresenta a noite. Faz a abertura de sua brincadeira, como a maioria dos brincantes do RN: “mando parar a música que está tocando e se apresenta como Capitão João Redondo, barriga de 19 vintém, se manda ver não vem, se vem coloca na conta velha e aí poloc poc. Bate com a cabeça na parede e diz que a cabeça dele é de ferro, que agüenta toda pancada e começa a briga com o neguinho Baltazar, alternadas por um bom forro pé-de-serra”. Diz, ainda, que não gosta muito de contar histórias de trancoso, “porque tenho medo de ficar trancado”.
Referência: Dossiê interpretativo do processo de Registro do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro Coco) como Patrimônio Cultural do Brasil – IPHAN – 2014