Manoel Domingos da Silva, mais conhecido como Mané de Dadica, nasceu em Araruna/PB em 25/07/1950, mas chegou a Cerro Corá/RN ainda criança. Começou a se interessar pela brincadeira aos 11 anos, quando viu alguns amigos brincando com bonecos de João Redondo. Tinha visto antes a apresentação de um mestre chamado Paulo Roriz, que o mestre chama “Roliço”. Achou uma coisa muito bonita e quando ficou rapaz, por volta do ano de 1983, já casado, resolveu fazer seus bonecos em madeira. O primeiro boneco que ele fez foi o Baltazar, de chapéu de couro e a boneca Ambrósia, esposa dele, que são os personagens que gosta mais de apresentar. Sua apresentação dura uma hora, dependendo muito do estímulo que a plateia dá. A história que conta nas apresentações varia de acordo com a plateia. Se tiver mais crianças sua performance vai ser diferente, do que para jovens e adultos. Faz a abertura tradicional, mandando a música parar com a entrada do Capitão João Redondo e o discurso atrevido do neguinho Baltazar, perguntando quem mandou parar a música e assim vai formando a confusão no Baile. Outro momento é o casamento do nego Baltazar, com Ambrósia, filha do Capitão, que foi contra o casamento desde o princípio, mas nada adiantou, eles terminaram casando, contra tudo e contra todos. Outras histórias vão acontecendo entre uma e outra parada de música. Brigas, mortes, a Alma vindo apanhar o Bêbado, que reluta em acompanhá-la; o Diabo Sem Vergonha que gosta de beijar mulheres pequeninas; Cazuza que usa aparelho ortodôntico prateado e quer beijar todas as mulheres do baile, gerando muitas confusões com os namorados.
Referência: Dossiê interpretativo do processo de Registro do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro Coco) como Patrimônio Cultural do Brasil – IPHAN – 2014